Feira do Livro 2025
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Por Sérgio Roxo da Fonseca e Taís Roxo Fonseca
A cidade e o Município de Ribeirão Preto, por volta de 1945, eram catalogados como a terceira comunidade urbana do Estado de São Paulo, antecedidos por Campinas e Santos.
Iniciava-se em Gaturamo e se encerrava nos caminhos de Jardinópolis, Brodosqui, Batatais e Sertãozinho.
O Theatro Pedro II, obra clássica em arquitetura e beleza, já se encontrava em pé, chamando a atenção até mesmo do noticiário estrangeiro.
Em 1946 um grupo de jovens ribeirão-pretanos foi recebido na Praça XV, ao entardecer, voltando dos campos bélicos italianos. O Brasil e os Estados Unidos, “unidos” durante a II Guerra Mundial haviam lutado na Itália contra as tropas fascistas e nazistas chefiadas por Mussolini e inspiradas em Hitler. Foram vitoriosos. Lutaram e muitos morreram pela democracia, entre os quais os jovens da cidade que foram eternizados pela estátua erguida sobre ferros na eterna Praça XV.
Além dela lá longe estava um dos prédios do Instituto de educação Otoniel Mota – lá está ele até hoje, atualmente acompanhado pela Avenida Nove de Julho lembrando que naqueles tempos ela ainda não existia.
No centro da cidade figuravam a Praça XV e o prédio Diederichsen, sob o qual se encontrava o Pinguim, restaurante aplaudido por gente daqui e de fora por servir o melhor chope até então conhecido.
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A cidade mantinha duas fábricas de refrigerantes e de chope: a Antártica e a Paulista. Hoje não existem mais nem mais são ouvidas as suas sirenes.
Onde agora está o palco da Universidade de São Paulo, o governo estadual já mantinha a sua escola para trabalhadores rurais que permanecia do final do caminho dos italianos.
Mas a cidade de São Sebastião de Ribeirão Preto crescia atravessando seus limites: Colégio Marista, Auxiliadora, Santa Úrsula, Seminário da Rua Rui Barbosa, hoje transferido para Brodowski. Mas a comunidade já mantinha o conjunto Lacerda e a Faculdade de Odontologia.
Será possível causar espanto, ao lembrar que a comunidade mantinha três Conservatórios de Piano! Sumiram!
Na Rua General Osório já contávamos com as duas livrarias mantidas pela família Vallada.
Na Igreja de Santo Antoninho dos Pobres o padre rezava ainda em latim e os fieis respondiam “ad Deum qui laetificat juventutem meam”.As paredes não ouvem o sacerdote afirmar: “Introibo ad altare Dei”
Ribeirão Preto de São Sebastião conseguiu reconstruir o seu passado e projetar o seu futuro, calçada na sua dignidade, com a sua Feira do Livro que mantém a história de seus dias nas sementes de seu presente, construindo o seu aguardado futuro.
Advogado, professor livre docente aposentado da Unesp, doutor, procurador de Justiça aposentado, e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras
Advogada