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Um ontem do meio ambiente

O Ministro aposentado do Superior Tribunal Militar (STM) Flávio Flores da Cunha Bierrenbach não enriqueceu só esse colegiado, com sua presença autuante e criativa.

Sua trajetória política antecede em muito as atividades partidárias que viriam no futuro.  Sua vida acadêmica, que transcorreu na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, registra que disputou cargo para o Centro Acadêmico XI de Agosto, e foi representante dos alunos na Congregação, para não nos lembrar das agruras passadas na antevéspera do golpe de estado de 1964 lá no jardim de pedras de nossa Faculdade.

Fato é que, hoje, até pela sequência das reflexões trazidas nessa coluna sobre o meio ambiente, emergem de seu passado, iniciativas que tudo tem a ver com essa temática atual.

Como vereador eleito pelo MDB-Movimento Democrático Brasileiro, duas de suas iniciativas figuram na lista que provam o trabalho consciente e atual com que pautou, desde o início, sua vida pública.


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A primeira iniciativa, ou seja, a pioneira iniciativa é do ano de 1977, quando vereador eleito à Câmara Municipal de São Paulo. Ele conseguiu a formação do que seria a primeira Comissão de Proteção do Meio Ambiente, que depois se espraiou para tantas outras Câmaras.  Naquele tempo, só dois vereadores sabiam definir o que era ecologia.

A segunda iniciativa é sobre a instituição de uma empresa particular denominada ADELF – Aeronaves destinadas ao Combate de Focos de Incêndios.  

À época, a comunicação de um incêndio era feita ao órgão competente, por quem identificasse um foco, e assim se reunia o que se tivesse às mãos para iniciar a ação de combate. 

Hoje, tem-se o satélite e com ele tudo deveria ser mais fácil com a identificação de um foco em tempo real. No entanto, o Brasil, mesmo nessa época de avanço tecnológico, se adotou o satélite, como adotou, até hoje não tem um serviço disponível e tecnicamente organizado para esse tipo de trabalho.

O que faz o Brasil, carente desse serviço, diante de um grande foco de incêndio? Ele pode solicitar ajuda e serviços aos governos da Argentina e Chile, pagando evidentemente, porque tais serviços a esses dois paises possuem tais serviços.

E não tem sido por falta de incêndio que acontece essa apatia governamental, que se torna absurda à medida que a tecnologia avança. E um serviço nosso, nacional não serviria só para canalizar estes recursos, por questão de economia. O dinheiro seria destinado ao nosso próprio serviço, além da experiencia que adquiriríamos manuseando o que seria nosso.  E a necessidade desse serviço cada dia torna-se mais necessária, em função da realidade gravosa das alterações climáticas, que prometem multiplicação de incêndios, na época das secas.

Portanto, a apatia histórica do governo tem dois lances sucessivos para sua responsabilidade diante dessa omissa, pois,  a pratica da exploração predatória da natureza  pelo homem tem levado ao mundo a emissão desenfreada de gás carbono na natureza.

A inciativa daquela entidade privada –ADELF- teve como o Presidente do Conselho André Franco Montoro, que não era mais governador.

Entretanto, a empresa não progrediu, pois logo em seguida Flavio Bierrenbach foi nomeado para Ministro do Superior Tribunal Militar, onde soube como dignificá-lo. Com essa nomeação ficou impedido de levar avante a ideia da empresa combatente de incêndios. Na verdade, tais lembranças servem à narrativa histórica sobre iniciativas que tinham o meio ambiente mais do que um objeto, porque se vive, por inteiro, no ambiente, que se encontra degradado, exigente de reconstrução e humanidade. 

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