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A Presidência que continua …

Quando da instauração constitucional do instituto da reeleição, para o quadro da política eleitoral, uma atitude de prevenção logo emergiu. E a desconfiança, mãe dessa emergência, é porque, na história brasileira, quando se diz que vai mudar, muda, para ficar tudo igual.

E como a política é o campo de batalha dos argumentos, e não o templo das certezas e dos axiomas, até o instituto da reeleição deve ser contextualizado, para que não haja uma repulsa preliminar e definitiva. E mais: a fixação constitucional dela, ou de um mandato um pouco mais longo dos quatro anos estabelecidos, deveria ser o parâmetro válido para todas as instituições privadas, associações, academias, sindicatos etc. E mais do que isso, pode-se pensar no limite de dois mandatos, e não mais, para a representação parlamentar de senadores, deputados, vereadores.

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A preocupação é garantir a rotatividade nos quadros diretivos, que constitui emblema da prática democrática. Afinal, a rotatividade pode inibir ou reduzir o fenômeno corrosivo da formação de castas, usualmente encontradiça em instituição e Poderes.

Mas, o fato é que existe um limite de reeleição permitida, seja para cargos majoritários, seja em instituições privadas.


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É o caso da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, cuja Diretoria Executiva reeleita uma única vez, em mandato de três anos. É o caso da sua Presidência, cujo mandato foi exercida pelo desembargador aposentado Artur Marques da Silva filho, que traz na sua biografia não só o patrimônio singelo de uma família pobre, sustentada pelo pai caminhoneiro, que levou o filho a ingressar na policia militar, e se dedicar em estudos para ser magistrado e professor universitário. Na sua meritória legenda está a vivência de Vice-presidente do Tribunal de Justiça, e a experiencia administrativa de Presidente da Associação de Magistrados.

Sua presença, no topo diretivo da Associação de Funcionários constitui um feliz momento de eleição, convertida depois de três anos em expressiva reeleição, já calcada em realidade realizadora, que acresceu ao patrimônio material e imaterial da entidade o seu patrimônio pessoal de credibilidade.

A importância organizativa que imprimiu em sua gestão, somada à preocupação da transparência programada, que se projetou como ética à eficiência, precisava aprofundar suas raízes. Afinal a rica experiencia da entidade, com quase cem anos, não poderia nessa fase deixar de imprimir com mais força esses predicados administrativos, diante da vocação crescente da Asociação, que se dispõe sempre ao desenvolvimento pessoal e cultural.

A Associação, quaisquer delas, não é um quadro de passividade física, mental, cultural. Ao contrário, ela  se impõe, com as diferenças de cada um em relação aos outros, pela sua vivacidade e  movimento, criatividade e entusiasmo no convívio, apresentando-se com disponibilidade para exercitar continuamente o laço de amizade que nasce no ambiente compartilhado, como fica disponível à compreensão da realidade social que nos cerca e dentro da qual vivemos, como cidade, como Estado e como país.

À Direção da entidade cabe a altivez de fazer essa força latente fluir no encontro com uma e com todas de todos, sabendo que o ir e vir dela se traduz exatamente na realização da finalidade do convívio associativo. Nesse contexto cumpre lembrar o nosso vínculo com esse território chamado Brasil, cuja grandeza foi formada historicamente sem guerras, e que grita pela união de todos em face de seu presente e do seu futuro, que se pretende de paz, democrático e justo.

Por Feres Sabino – advogado

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