Gestão de Lideranças: 77% das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Gestão apresentam níveis abaixo do ideal
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77% das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Gestão apresentam níveis abaixo do ideal em gestão de políticas para lideranças públicas. A informação é do Mapa de Gestão de Lideranças (MGL), um relatório feito pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, em colaboração com a Vamos, uma parceria entre a Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org. O mapeamento realizado pelo MGL revelou que há considerável lacuna entre o modelo referencial e a realidade dos estados brasileiros. </p>
A avaliação considerou os pilares de pré-seleção, gestão do desempenho, desenvolvimento, diversidade e atuação do órgão central. Ao todo, o estudo incluiu a participação de 57 secretarias de estado brasileiras, abrangendo todas as 27 Unidades Federativas (estados e Distrito Federal). Do total, 23 são secretarias de gestão (administração ou planejamento), 19 são secretarias de educação e 15 são secretarias de saúde.
Entre essas secretarias, apenas 6% alcançaram níveis considerados de referência (pontuação igual ou superior a 70) e avançados (entre 70 e 50 pontos) em termos de boas práticas de gestão de pessoas nos cargos de liderança do segundo e terceiro escalões, que englobam gerentes, diretores e superintendentes. O estudo indica que 17% das secretarias analisadas estão no nível intermediário (com pontuação entre 30 e 50 pontos).
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Gustavo Tavares, professor do Insper e coordenador acadêmico do MGL, explica que o objetivo da pesquisa foi mapear, em todos os estados brasileiros, como são gerenciados cargos de chefia e direção.
“Nós comparamos em que medida as práticas adotadas nesses estados, tanto para a escolha dessas lideranças, tanto em relação também ao desenvolvimento delas, ou seja, programas de capacitação para esses líderes públicos que desempenham uma função super importante no governo. E também práticas de gestão do desempenho, no sentido de estabelecimento de metas tanto individuais, quanto organizacionais”, pontua.
Tavares explica que o Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os estados que implementaram o processo de seleção para ocupação baseado em competências, diferente de locais que utilizam de indicações por critério político.
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“Há uma oportunidade muito grande de avanço, de melhoria, tendo em vista que são práticas que, historicamente, nunca foram muito adotadas no Brasil, começaram a ser implementadas em 2019. Então o que precisa ser feito para melhorar? Um primeiro ponto é o que estamos fazendo com esse estudo, chamando atenção para o tema. As pessoas perceberem que existem alternativas em relação ao modelo que é feito hoje”, destaca.
Ele ressalta que promover a diversidade na ocupação dos cargos, com mais mulheres e pessoas negras, inspira “boas” práticas.
Desafios de gestão
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que o estado possui “grandes” dimensões territoriais e com realidades culturais e epidemiológicas muito diversas. Embora essa diversidade torne o estado um território rico culturalmente, cria também um desafio para a gestão de saúde, uma vez que gera a necessidade de adaptar as políticas às especificidades territoriais, à condição de gestão de cada região e ao nível de maturidade em relação à rede de saúde.
“Diante de novas situações epidemiológicas, como o envelhecimento da população e o surgimento de novos agravos, tem crescido a demanda por tratamentos e serviços de saúde. No entanto, os recursos orçamentários e de pessoal disponíveis não crescem na mesma proporção, causando, assim, um hiato entre a necessidade de serviços cada vez mais modernos e caros e os recursos disponíveis para atender a essas demandas, o que leva, muitas vezes, à judicialização da saúde. Assim, os gestores devem encontrar meios de priorizar as pautas para alocar os recursos de forma mais otimizada”, destacou.
Gestão inovadora
Ilmar Muniz, diretor do Grupo CM e advogado especialista em direito constitucional, penal e do consumidor, explica que no Brasil há “diversos” exemplos de gestão pública boa e inovadora.
“Um exemplo claro é a parceria do setor público com setor privado na gestão da educação financeira, que acontece na prefeitura de Recife. A prefeitura criou uma Sala do Empreendedor, em que foi feito um modelo piloto para formar novos empreendedores e gestores do seu próprio comércio, trabalhando o atendimento, educação financeira”, pontua.
Para ele, exemplos como esse devem ser seguidos, tendo em vista que fomentando o empreendedorismo de forma correta, você causa um efeito contínuo na criação de empregos e melhoria da economia local.
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Fonte: <a href="https://brasil61.com/gestao-de-liderancas-77-das-secretarias-estaduais-de-educacao-saude-e-gestao-apresentam-niveis-abaixo-do-ideal-bras2412052" title="Artigo Original: Gestão de Lideranças: 77% das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Gestão apresentam níveis abaixo do ideal" target="_blank" rel="noopener">Brasil 61</a>
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