Que não se repita

Por Sérgio Roxo da Fonseca, Procurador de Justiça, professor, membro da Academia Ribeirãopretana de Letras.
Por Tais Costa Roxo da Fonseca, Advogada

O jornalista e escritor EUGÊNIO BUCCI lançou um pequeno–grande livro denominado “QUE NÃO SE REPITA”, no qual examina o exercício da política brasileira sob o reexame de textos por ele publicado pelos jornais.

Estampa um panorama crítico da política brasileira tendo como ponto de partida texto de artigos de sua autoria editados no período de 2018 a 2023.

 Tendo em conta a sua conhecida formação universitária, o jornalista, com grande conhecimento filosófico, fotografa, por palavras, o panorama político desenvolvido no mundo brasileiro.

Abre o exame sob a “verdade” refletida pela imprensa, lecionando que por este prisma sempre está ela necessariamente presa ao conhecimento diário, muitas vezes sem a necessidade de estar vinculada à verdade filosoficamente considerada.

É necessário transcrever sua extraordinária lição:

“Os primeiros meses de 2019 foram marcados por uma tempestade de invencionismo. Com isso, a discussão a respeito da mentira política teria que entrar na ordem do dia. Teria que entrar, nas não entrou. Os filósofos nunca prometeram esgotar a questão “verdade”, que se torna etérea e nebulosa nas rarefações da metafísica. A ciência também não perde tempo com a matéria. Uma conclusão científica tem crédito não por ser falível: só vai vigorar por ser falível, ou seja, se puder ser verificada por outros, examinada em seus procedimentos metodológicos e, se for o caso, ser desmontada e descartada. Confiar na ciência é confiar num método, não numa verdade”.

A relevância do texto – e de toda a expansão do livro – traz da memória o último diálogo travado entre Jesus Cristo e seu juiz romano Pilatos que pergunta ao seu réu o que ele estava fazendo no mundo.

Cristo responde que a sua tarefa entre os homens é lecionar o que é a “verdade”. Pilatos interessado repergunta: “o que é a verdade”? Segundo o texto bíblico, antes que Cristo relate é imediatamente encaminhado à crucificação.

Pilatos está mais interessado com condenação do Cristo do que com a possibilidade de colher qual seria a sua lição no significado espelhado na palavra “verdade”.

O escritor e jornalista Eugênio Bucci esclarece que “o Brasil teria a ganhar se discutisse a questão”, acrescentando que “seria bom lembrar que ninguém precisa saber dar a resposta definitiva dobre o que vem a ser a “verdade” para identificar a mentira na política”.

O pequeno e grande livro de EUGÊNIO BUCCI ilumina os caminhos da verdade para compreender a  impressão e a da vida vivida para que “não se repita” os erros cometidos especificamente na política.

Por Sérgio Roxo da Fonseca
Procurador de Justiça
professor
membro da Academia Ribeirãopretana de Letras