Diálogo: de quem e com quem?
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POR FERES SABINO | Os governadores da extrema direita dão pistas ou provas fortes do que são e do que prometem ser, se reeleitos, ou eleitos para cargo superior.
Eles não fazem e não sabem fazer, e se negam a apreender, o diálogo federativo. Para serem, ou fingirem ser, fiéis ao inelegível cuja cartilha praticada de vida, profissional, pessoal, familiar, política, não é digna de servir de exemplo. Um de seus rebentos pensa em engrandecimento traindo o seu país, e se vangloriando de sanções impostas ao Brasil e aos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Os tais governadores não sabem dialogar, ou não querem dialogar com o governo central do país, para que da solidariedade e do diálogo federativo nasça uma posição só para enfrentar as maluquices do imperador do mundo.
Eles que não conversam internamente, para o necessário e constitucional diálogo federativo, aconselham a conversar com que não quer conversa. E aí eles continuam, como fazem desde o início do mandato, acusando o Lula, poque chove, porque não chove, porque ele precisa fazer chover.
Mas, o pior dessa atitude constitui uma verdadeira vergonha nacional, já que eles falam que o Lula precisa dialogar com o Trump, porque ele desviou da rota, para aderir a posições, que desagradam o falso imperador do mundo.
Dialogar significa que duas ou mais pessoas desejam conversar para ouvir ou ouvirem as razões do outro, e poder assumi-las, ou não. Ora, para esses governadores está provado que Trump não sabe e não gosta, e não quer dialogar. O que ele gosta mesmo é de humilhar chefes de estados, como já ficou estampado para o mundo.
Senhores governadores de espírito vira-lata, como é dialogar com quem não quer dialogar? Mostrem e comprovem como é possível dialogar com quem não quer conversar. Aliás, eles não têm nem terão dificuldade alguma de descobrir esse impedimento, pois, lhes faltam dignidade para o diálogo federativo, que coloca as diferenças políticas e mesmo ideológicas, num outro patamar, em patamar superior, que eles não alcançam, já que se encontram naquela faixa de baixo astral, querendo conferir à mediocridade o reconhecimento de talento novo.
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Na verdade, a notícia do encontro de governadores, tidos como oposição, afirma que tal impasse da taxação absurdo pelo império, deve-se ao Presidente do Brasil e a sua política externa, especialmente em relação ao Brics, e mais importante nessa seara da irrelevância, é a palavra final, em termos de diretriz para confronto com a taxação: é preciso Energia, palavra que na gramática política tende ao nada, e não ocupa o lugar de uma verdadeira palavra de ordem. Energia, energia, só faltou a receita do antigo Biotônico Fontoura.
Eles aderem à fluência rarefeita da palavra Energia, porque o espírito de vira-latas, não sabem nem suportam a palavra dignidade e ao magnetismo da palavra soberania nacional. Enganadores do povo, ignoram que o Brasil já negociava, sem recíproca, antes da taxação, e continuou negociando com os canais competentes, até onde foi possível.
Esses governadores não se indignam nem quando “encarregados de negócios dos Estados Unidos” declaram palavras de guerra contra Instituições e autoridades nacionais. Permanecem silenciosos, achando natural o ataque grosseiro e mentiroso contra o Brasil.
O Canadá e a Índia estão dando exemplo de insurgência popular em defesa da dignidade e da soberania nacional, o povo está insurgindo naturalmente contra a interferência estrangeira, não adquirindo produtos de procedência norte-americana, e até a Coca-Cola entrou na lista imensa da rejeição nacional. Os tais governadores da oposição, que desconhecem a obrigação do diálogo federativo deveriam aprender com esses exemplos o que é defesa de dignidade nacional, o que é soberania nacional, e como defendê-las pacificamente. Eles juraram solenemente uma Constituição, e não a seguem, optando por ofendê-la permanentemente, guiados pelo tóxico de uma ideia que infernizou o país, durante quatro anos, e que continuam infernizando-o com a ajuda deles. É bom recordá-la:
O artigo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil, formado pela união indissolúvel dos Estados e Munícipio e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: I- soberania, II- cidadania, III-dignidade da pessoa humana, IV – valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, V-pluralismo. E no artigo 4º, há consagração de dez princípios que determina o rumo de nosso governo, a saber: I- independência nacional, II- prevalência dos direitos humanos, III- autodeterminação dos povos, IV- não-intervenção, V- igualdade entre os Estados, VI- defesa da paz, VII solução pacifica dos conflitos, VII- repúdio ao terrorismo, IX- cooperação entre os povo para o progresso da humanidade, X- concessão de asilo político.
Os governadores de oposição, no fundo, recomendam alma de escravo e o espírito de vira-lata, que seriam apropriados para o diálogo com o falso imperador do mundo, que não quer dialogar