Círculo de Viena - Jornal NovaCidade - Orlândia e região
ColunistasNotícias

Círculo de Viena

Getting your Trinity Audio player ready...

Sérgio Roxo da Fonseca
Procurador de Justiça, professor, membro da Academia Ribeirãopretana de Letras.

Tais Costa Roxo da Fonseca
Advogada             

CONTEÚDOS EM PRIMEIRA MÃO: Faça parte do nosso GRUPO DO WHATSAPP para receber, em primeira mão, notícias e vagas de emprego de Orlândia (SP) e região.

No início do século XX um grupo extraordinário de pensadores passou a reunir-se em Viena em busca de definir ou redefinir o conhecimento lógico. O grupo recebeu o nome de “O Círculo de Viena”.

Recentemente foi publicado no Brasil um ótimo livro não apenas narrando o extraordinário trabalho deixado pelo grupo, mas também o registro dos suas obras. O autor da recente obra, François Schmitz, batizou-a com o nome do registro histórico “O Círculo de Viena”. No Brasil a obra foi editada pela Contraponto Editora Ltda.

O pensador M. Schilick, alemão, teve fortíssima importância na evolução do grupo. Em 1910 publicou o trabalho “a natureza da verdade segundo a lógica moderna”. Em 1922 tornou-se professor da Universidade de Viena. Em junho de 1036, quando subia as escadas da Universidade, foi assassinado por um aluno. Na época o nazismo já controlava a Áustria.

O aluno assassino foi absolvido e condecorado. Os membros do grupo de Viena afastaram-se da Áustria.


- Publicidade -


Frequentaram o grupo Carnap e Newrath.

No entanto outro austríaco manteve contato com o grupo, muito embora tenha se destacado na Inglaterra. Foi considerado o mais extraordinário filósofo do século XX, Wittgenstein.

Wittgenstein era filho de família destacadíssima originariamente judia, tendo, no entanto, se afastado da religião. Vários dos seus irmãos tornaram-se músicos. Alguns mataram-se.

O pintor Gustav Flint, que pintou o aplaudido quadro “O Beijo”, também produziu uma obra tendo como inspiração a irmã de Wittgenstein.

O seu pai encaminhou o seu filho para a Inglaterra para estudar algo sobre a fabricação de aeronaves, o que aproximou Wiitgenstein ao estudo de lógica.

Por essa razão, abandonou as oficinas e rumou para Londres onde então estudou lógica.

Durante a primeira grande guerra, o então jovem voltou a Viena e tornou-se soldado para finalmente ser preso. Os mestres ingleses solicitaram a sua libertação, pois já concluíam que ele deveria ser um dos grandes mestres para o ensino universitário.

Alguns de seus irmãos suicidaram-se.

Após a guerra Wittgenstein, ouvindo a solicitação do governo austríaco, tornou-se professor de escola primária pequena cidade, quando então dizia que tinha muito mais para aprender com as crianças do que com adultos.

Teve oportunidade de projetar um prédio para Viena e entrar em contato com o grupo da escola vienense. Ao que se sabe o contato para ele e para o grupo foi importantíssimo. Teve tempo de abrir mão de sua herança.

Mas Wittgenstein voltou para Londres. Durante a Segunda Grande Guerra e alinhou-se ao mundo ocidental.

O extraordinário mestre, repita-se, escreveu apenas dois grandes livros – editados no Brasil. Afirmava que a segunda obra negava validade à primeira. Não é esta a conclusão dos grandes mestres que tanto destacam as duas – apenas duas – para considerá-lo o principal mestre de filosofia do século XX.  

Comentários