Arte, território e diálogo: público participa de visita guiada à exposição “Paisagem, mero artifício” no MARP
O Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP) promoveu no último sábado (8/11) uma visita guiada especial da exposição “Paisagem, mero artifício”, seguida por um bate-papo com o público. O encontro gratuito contou com a presença das artistas paulistas Aline Moreno e Corina Ishikura, e da curadora Marina Frúgoli, reunindo um público interessado nas reflexões que a mostra desperta – entre elas, a relação entre natureza, território, cultura e presença humana.
Durante a visita, os participantes circularam pelos espaços expositivos, acompanhando as falas das artistas sobre seus processos criativos, materiais e os significados presentes nas obras. A artista Aline Moreno apresentou suas obras, entre pinturas e esculturas que transitam entre a interseção da paisagem natural e criação artificial, enquanto Corina Ishikura compartilhou as experimentações que articulam pintura, vídeo e instalação.
Segundo Aline, o processo de trabalho combina tecnologia, observação e materialidade. “Estou expondo duas pinturas inéditas feitas a partir de imagens de satélite de uma catalogação de montanhas reais. A partir delas, realizei um exercício de fragmentação e reconstituição dessas imagens”, explicou. Aline explicou que três esculturas são relevos artificiais gerados por programas de computador que criam montanhas fictícias. “Depois transporto para a matéria com gesso, fibra de vidro e madeira. Por fim, apresento três esculturas de parede, em madeira e pedra, que exploram o diálogo entre o desenho natural desses materiais”.
Corina Ishikura destacou que suas criações partem da crença filosófica de que tudo está interligado – seres humanos e não humanos -, e de pesquisas baseadas em dados e representações do espaço. “Essa pesquisa tem como base dados abstratos, mapas e informações disponíveis em censos e plataformas digitais. A partir deles, construo imagens simbólicas que revelam nossas conexões com a natureza e com os territórios que habitamos”, explicou a artista.
A artista visual também apresentou as obras inspiradas em levantamentos sobre áreas verdes e outras regiões, explorando a transformação do ambiente e sua representação simbólica. “Essas pinturas nascem de observações do território e do diálogo entre cultura e natureza. São paisagens construídas, desfocadas, que convidam à reflexão sobre como ocupamos e nos relacionamos com o espaço natural”, acrescentou Corina.
A curadora Marina Frúgoli falou sobre o processo de montagem da exposição e a riqueza de linguagens envolvidas entre as duas artistas. Para ela, o diálogo de Corina e Aline foi um dos pontos centrais da curadoria. “Desde o início, havia uma pluralidade de obras e processos que se complementavam. A montagem buscou justamente esse equilíbrio entre diferenças e aproximações, criando um campo de reflexão mais amplo sobre o olhar e a construção da paisagem”, comentou.








Após a visita, o grupo participou de uma conversa aberta com as artistas, em um ambiente descontraído de trocas e curiosidade. A curadora destacou a importância de momentos como esse para fortalecer o vínculo entre o público e o museu. “Esses encontros aproximam as pessoas do fazer artístico e mostram que o museu é também um espaço de diálogo e convivência. A arte ganha outro sentido quando compartilhada”, concluiu Marina.
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A exposição “Paisagem, mero artifício” integra o Projeto Mensurando Horizontes, contemplado pelo PROAC – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, e segue em cartaz no MARP até 19 de dezembro, com reabertura entre 6 e 16 de janeiro de 2026. A visitação é gratuita e aberta ao público, de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h, no museu localizado à Rua Barão do Amazonas, 323 – Centro.
Abertura
A exposição “Paisagem, Mero Artifício” teve abertura na última sexta-feira (7/11) e reuniu mais de 100 pessoas entre convidados e visitantes interessados em conhecer o trabalho das artistas Aline Moreno e Corina Ishikura. A mostra integra o programa de exposições do MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto e pode ser visitada até o dia 16 de janeiro de 2026, acompanhada também por trabalhos de outros artistas selecionados por meio de chamada pública organizada pela instituição.
Com curadoria de Marina Frúgoli e assistência de Letícia Castro, além da curadoria institucional de Nilton Campos, a exposição fica aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9h30 às 12h e das 13h às 17h30. Em sábados específicos — dias 8/11, 29/11, 13/12 e 10/01/2026 — o espaço funcionará das 9h às 15h. O MARP estará fechado nos dias 20 e 21 de novembro. A entrada é gratuita.
A produção é da Líria Cultural e de Lydia Arruda, com assistência de produção de Mariana S. Pinheiro. O museu está localizado na Rua Barão do Amazonas, 323, Centro de Ribeirão Preto (SP), e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3635-2421 ou pelo Instagram @marpmuseudearte.
Serviço
Exposição: Paisagem, mero artifício
Artistas: Aline Moreno e Corina Ishikura
Curadoria: Marina Frúgoli | Assistência de curadoria: Letícia Castro
Curadoria Institucional: Nilton Campos
Período: 7/11 a 19/12/2025 | Reabertura: 6 a 16/01/2026
Local: MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto
Endereço: Rua Barão do Amazonas, 323, centro – Ribeirão Preto (SP)
Horário de visitação: terça a sexta, das 9h30 às 12h e das 13h às 17h30. Aos sábados, nos dias 08/11, 29/11, 13/12 e 10/01/2026, visitação das 9h às 15h. Nos dias 20 e 21/11 o MARP estará fechado.
Entrada: gratuita
Produção: Líria Cultural | Lydia Arruda | Assistente de produção: Mariana S. Pinheiro
Informações: (16) 3635-2421 | Instagram: @marpmuseudearte
Lista de obras
Aline Moreno
• Sem título #2, série Multiplicador de horizontes (2025) — tinta a óleo sobre madeira, conjunto 102 × 142 cm e 26 × 17 cm.
• Sem título #7, parte 1, série Paisagem construída (2025) — tinta a óleo e gesso cré sobre madeira, 96,5 × 115 cm.
• Sem título (2024) — madeira, papelão, fibra de vidro, massa plástica, massa corrida e tinta spray, 91 × 50 × 58,5 cm.
• Sem título (2022) — madeira, papelão, gesso, massa corrida e tinta spray, 60 × 36 × 37 cm.
• Sem título (2022) — madeira, papelão, gesso, massa corrida e tinta spray, 73 × 35 × 27 cm.
• Sem título #7, parte 1, (série Deslocamentos (2024) — madeira e pedra, 30 × 34 × 4,3 cm.
• Sem título #7, parte 2, série Deslocamentos (2024) — madeira e pedra, 30 × 34 × 4,3 cm.
• Sem título #7, parte 3, série Deslocamentos(2024) — madeira e pedra, 34 × 30 × 4,3 cm.
Corina Ishikura
• Dobra expandida (2025) — madeira, 460 x 200 x 50 cm
• O que sustenta o céu (2025) — madeira, 200 × 150 cm.
• Dado indisponível (2025) — tinta a óleo sobre madeira, 100 × 250 cm.
• O mundo cabe nesta janela (2024) — vídeo-arte, 4’15’’.
• Sem título, série A poética do espaço II (2025) — óleo e carvão sobre tela, 20 × 70 cm.
• Sem título, série A poética do espaço II (2025) — tinta a óleo sobre tela, 40 × 40 cm (2 obras).
• Seis elementos (2025) — carvão, madeira e metal, 100 × 100 × 100 cm.
