Matar, verbo transitivo
Por mais que o sionista, movimento político, discriminador, odiento, violento, que fez da Palestina um “campo de concentração a céu aberto”, em tempo de “paz”, e um cemitério de morte de mulheres aos milhares, de crianças aos milhares, de casas destruídas aos milhares, em relação aos quais há hospitais e casa e saúde: por mais que mate comandantes dos adversários, negociadores, representantes da ONU, incluindo seus capacetes Azuis, no sul do Libano; por mais que bombardeiam aldeias libanesas; por mais que a esperteza histórica, alimentada pelo poderia econômico, sempre misturou o sionismo com o próprio povo judeus; por mais que a vocação mercantilista tenha explorando a tragédia do holocausto nazista, para sempre se apresentar como vítima no palco do mundo, vestindo a fantasia do sempre atacado pelos “selvagens” palestinos; por mais que durante 70 anos tripudiou sobre a população expulsa de suas terras palestinas; por mais que tenha desfilado disfarçadamente a segregação imposta (apartheid) pior do que a da África do Sul; por mais que tenha havido o descumprimento das Resoluções da ONU e de seu Conselho de Segurança: por mais que os governos Ocidentais tenham preferido a omissão criminosa em qualquer conflito, sendo que para o conflito atual, eles foram pessoalmente validar a licença para os sionista chegarem ao requinte do genocídio. Aliás nem faltou a pequenez de dois governadores brasileiros, se postando como aprendizes do absurdo, ligados à extrema direita; por mais que o discurso sionista supere em brutalidade e ódio, os discursos de Hitler; por mais do mais, o fato é que a Palestina surge aos olhos desses nazistas evoluídos, com seus milhares e milhares de fantasmas para ocuparem as trincheiras invencíveis da verdade histórica em marcha.
Fiz essa recapitulação histórica depois de assistir duas “lives” de ilustres pessoas, nascidas de vertentes diferentes, e que assumiram a condição de combatentes pela Palestina. Um, descendente de libaneses, outro judeu norte americano.
O judeu é Benjamim Moser, escritor, tradutor, historiador, biografo. Conheci-o lendo a biografia da extraordinária Clarice Lispector (judia) que para os entendidos é a melhor que se escreveu sobre ela. Não sabia de sua atividade política antissionista cujo centro é o seu país natal, os Estados Unidos. Ele disse que ele sofre lá, como sofre no Brasil o judeu Breno Altman (outro mestre), com a acusação e a perseguição das entidades representativas do governo sionista de Israel, porque seriam antissemitas.
Não são somente eles os intelectuais judeus nessa posição de combate, mas por enquanto fiquemos só com eles, especialmente para destacar a presença de Benjamim Moser, que fala correntemente a língua portuguesa.
A outra “live” é a do Ministro aposentado Francisco Rezek de origem libanesa, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Procurador da República, Chanceler de nossa diplomacia, ex-Ministro da Justiça, e Ministro da Corte Internacional de Justiça, escolhido pela ONU, revela sua indignação pela violência sem precedentes na história do mundo. E convicto de que a Corte Internacional de Justiça seguramente vai reconhecer a acusação de genocídio, sob pena de se destruir o direito internacional.
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Entre o apartheid da África do Sul e o apartheid do sionismo israelense há grande diferença, foi implantado por governo advindo da colonização holandesa, e era único, e seu isolamento final facilitou sua queda.
O apartheid sionista é cercado por interesses geopolíticos das potências ocidentais, que sempre abocanharam a riqueza das terras árabes, o petróleo, e Israel representa a ponta de lança desses interesses econômicos e politipos e a forçada presença ocidental na região. Esse motivo agrava-se porque os governos ocidentais estão perdendo espaço na África e na Asia e no próprio Oriente.
Para Rezek a parcialidade do deficiente jornalismo brasileiro, na divulgação do drama palestino, deve-se muito mais a ignorância dos noticiaristas do que qualquer outro motivo, já que não sabem história.
O conflito atual, que não pode ser compreendido sem a visão histórica retroativa a sete décadas, ou até mais segundo Rezek, corporificou-se de tal forma no cenário do mundo que. com as redes sociais, a imprensa escrita, falada e televisiva ficarão cada mais desacreditada com a versão contrária, que é sistematicamente oferecida. E o condomínio da barbárie, formada pelos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, com os filhotes brasileiros, ficarão estampados como participes do maior genocídio, da história do muno, tido por civilizado.