LAUDATE DEUM – MEIO AMBIENTE
Sérgio Roxo da Fonseca
Procurador de Justiça e professor (aposentado); membro da Academia Ribeirãopretana de Letras.
Tais Costa Roxo da Fonseca
Advogada
O Papa Francisco, impossibilitado fisicamente de ser transportado para o concílio convocado para a defesa da Terra, editou uma carta merecedora da leitura de todos os racionas.: “LAUDATE DEUM”.
Ressaltando-se o pensamento e a orientação do Padre Pierre de Chardin (O Fenômeno Humano, Editora Elder, 1966), afirma-se que todos os homens e todas as mulheres, em sua existência, compõem, intencionalmente ou não, a “humanidade”. Assim existente todos os homens e todas as mulheres mantém um vínculo de fraternidade com todos os homens e com todas as mulheres da humanidade.
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Observa-se, no entanto, que a história de todos os animais diverge de conformidade com o comportamento adotado por suas espécies, reconhecendo-se que os componentes da “humanidade” são dotados de um aparente grau maior de inteligência do que as demais espécies.
No entanto é possível identificar divergências: os animais qualificados como irracionais não matam outros de suas espécies. Os homens matam os homens.
Indaga-se: a distinção feita entre as duas categorias permite pontuar a humanidade num degrau inferior ou superior aos animais irracionais? A ciência afirma que não; mesmo reconhecendo que os seres integrantes da humanidade assassinam seus iguais enquanto os seres irracionais não trucidam seus iguais.
É necessário ressaltar que os racionais e os irracionais desenvolvem suas existências no planeta Terra. Teria uma Autoridade Oculta deferindo aos homens o poder de mútua destruição sendo tal poder negado aos irracionais? Se fosse possível a busca de uma resposta, chegaríamos ao absurdo de afirmar que o exercício da racionalidade autoriza assassinar o seu igual, o que é visivelmente negado à irracionalidade: o racional está autorizado a matar o próximo o que é vedado naturalmente aos irracionais. Não é necessário anotar que a conclusão é indigna e absurda.
Durante os séculos XX e XXI, os homens, dotados de seu incontestável poder, decidiram explorar a Terra tal como se fosse o quintal maltratado de suas casas.
A geração atual está pagando o preço da destruição da Terra: uma temperatura exageradamente alta e regiões atingidas por chuvas caudalosas. E a humanidade não conhecendo os meios a serem usados para a contenção, passou a transferir para o próximo a culpa de sua sandice.
Por exemplo, o norte do planeta é coberto por uma tampa de gelo denominada “ártico”; o seu sul, por sua vez se reveste de outra quantidade de gelo denominada anti-ártico ou “antártico”.
A capota do ártico está derretendo em virtude do comportamento agressivo das grandes potências que a cercam, ou seja, os EEUU e a Europa ocidental. A capota do antártico, cercada pelos países da América do Sul, da África e da Austrália, permanece suficientemente íntegra.
De quem é a culpa do esfacelamento do ártico? A resposta ouvida por todos os ouvidos recebe o som da grave sentença: são os países do sul que devem ser condenados a construir muros contra o derretimento do mundo.
O pior de tudo é que avançando no mesmo caminho, trilhando o esmagamento da natureza, com a explosão de guerras incontidas, a Humanidade marcha firme em busca do assassinato do planeta Terra.
O Papa Francisco editou uma grave manifestação em defesa da Terra caminhando à procura de uma Humanidade pacífica e ordeira, possível de conviver num paraíso.
Destaca o Papa Francisco, no seu admirável texto, “LAUDATE DEUM” que a Humanidade nasceu num maravilhoso paraíso que absurdamente está sendo transformado num terrível inferno. Urge a necessidade de que todos nós passemos a lutar pela paz, sob pena de caminharmos para o fim criminoso de uma noite abismal.