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Fim do mundo

Sérgio Roxo da Fonseca
Procurador de Justiça e professor universitário (aposentado)

A imprensa noticia com frequência notícias sobre as mudanças espantosas do clima, possivelmente pelo sopro do El Niño, que tende a aquecer a temperatura, alterando a convivência humana. Cita como exemplo o nordeste brasileiro, que sempre sofreu com a seca, hoje sofre inundações como se estivesse empurrado para o sul; o gelo do ártico e o gelo antártico espantosamente vão sendo derretidos. O mundo ou a humanidade vão sendo arrastados para o seu fim, afirmam os profetas.

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Um dos mais estudiosos da matéria dos nossos tempos foi o Padre Pierre Chardin, nascido em Orcines, França em 1881 e falecido em Nova Iorque em 1955. Deu aulas na França, no Egito e pesquisou na China. Era paleontólogo. Sofreu forte contestação da Igreja Católica tendo seus livros proibidos para as estantes das universidades cristãs.

Após o seu falecimento, já depois de Pio XII, o extraordinário mestre recebeu o reconhecimento da Igreja Católica, tanto que já foi referenciado o seu reconhecimento pelo Papa Francisco em sua encíclica “Laudate si”.


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Tendo como tema de base o estudo do aparecimento do homem no planeta terra, Chardin profetizou, com firmes palavras o risco do desaparecimento de sua educação e consequentemente de sua civilização. São suas palavras: “Agora o homem se dá conta de seu desaparecimento encontrando a gênese dentro na sua própria carne e do seu próprio sangue estando ali as chaves do Fim da Nossa Espécie” (El Porvenir del Hombre, Madrid, Taurus, p. 365). As chaves que abrem o processo do desaparecimento da civilização já estavam à vista no século XX com a sua comprovada extensão pela forte evolução instalada no comportamento social adotado no século XXI.

A execução de inúmeros civis pelos nazistas alemães, durante a Segunda Grande Guerra Mundial bem demonstra: tendo como exemplo a comunidade judaica como também os habitantes da cidade de Lídice, onde todos os adultos foram mortos e as crianças sequestradas e levadas para Alemanha. Os países que integravam as forças antinazistas inauguraram cidades em suas pátrias com o nome de Lídice. O Brasil deu o nome de Lídice para uma pequena cidade do Estado do Rio de Janeiro, assentada sobre as montanhas que cercam Angra dos Reis. Há uma deputada federal brasileira batizada com o nome de Lídice. Anota-se que quase todos os responsáveis pelo holocausto, ao final da guerra, foram processados e condenados por crime de guerra pelo Tribunal de Nuremberg.

A explosão das bombas atômicas, disparadas pelos EEUU no final da Segunda Guerra Mundial, sobre as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki,  surpreendeu a natureza e o direito então em vigor que proibia ataques bélicos sobre alvos civis. No entanto, os responsáveis pelo desatino não foram juridicamente punidos.

Nos dias de hoje eclodem as guerras entre a Rússia e a Ucrânia, como também entre os EEUU e o Yemen. Os países europeus liderados pelos EEUU, pela OTAN, cercaram quase todo o limite oeste russo, mesmo após o desparecimento do comunismo. Qual o objetivo desse cerco bélico, envolvendo a maioria dos países europeus? A preparação de uma guerra mundial?

Quase toda a África está condenada pela civilização ocidental à convivência miserável.

Ainda ressoam os sons das terríveis consequências oriundas da invasão do Vietnã, primeiramente pela França e depois pelos EEUU.

Há necessidade de condutas bélicas para atingir o progresso do homem no globo terrestre? As sementes lançadas pela humanidade, na linguagem bíblica, anunciam, segundo Chardin, a segunda viagem de Cristo sobre o planeta terra.

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