Empresária lança fintech para influenciadores e projeta faturar R$ 18 milhões no primeiro ano
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Em 2015, o marketing de influência ainda era uma aposta incerta no Brasil. Poucas marcas arriscavam investir em criadores, e as campanhas eram quase artesanais. Foi nesse cenário que Priscila Jaffé começou a empreender sozinha, enfrentando meses de faturamento imprevisível e resistência do mercado. A virada veio em 2017, com a popularização dos stories e dos links clicáveis no Instagram, que impulsionaram o crescimento da operação. A antiga estrutura solo se transformou em uma agência com mais de 400 marcas atendidas e faturamento anual superior a milhões de reais.
Agora, a empresária se prepara para dar um novo passo, em sociedade com o empresário Victor Cabral: o lançamento da ORBBY, uma plataforma de gestão e serviços financeiros voltada ao marketing de influência. Com investimento inicial totalmente de capital próprio, a previsão de retorno é ousada — recuperar o valor em até 12 meses após o lançamento.
“Nossa projeção é realista porque partimos de uma base sólida de marcas e influenciadores que já atuam conosco e migrarão para a plataforma”, afirma Priscila.
Uma fintech com tração real
Segundo Priscila, o ticket médio das campanhas gerenciadas atualmente gira em torno de R$ 50 mil, mas há operações que ultrapassam R$ 300 mil. “Com a ORBBY, a escala muda completamente. A grande tendência entre as empresas é rodar campanhas com mais de mil influenciadores simultaneamente, com um ticket médio de cerca de R$ 1 mil por criador. É algo impossível de fazer manualmente, e é justamente aí que a nossa tecnologia entra.”
A meta é alcançar um faturamento de R$ 18 milhões no primeiro ano de operação, integrando o que antes era disperso: gestão de campanhas, métricas de performance e soluções financeiras.
“A ORBBY nasce para multiplicar o modelo que já validamos na Jaffé Agência, unindo tecnologia, automação e inteligência de dados. Assim conseguimos crescer em volume sem depender do aumento proporcional da equipe, o que torna o negócio escalável e rentável.”
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Um mercado bilionário
Segundo a consultoria Goldman Sachs, a creator economy global movimenta US$ 250 bilhões e deve ultrapassar US$ 480 bilhões até 2027. No Brasil, a YOUPIX e a Brunch estimam que mais de 20 milhões de pessoas se considerem criadores de conteúdo. Ainda assim, o setor enfrenta gargalos estruturais: prazos de pagamento que chegam a 180 dias, falta de crédito e processos pouco profissionalizados.
“Eu vivi na pele o veto à contratação de quem tinha menos de um milhão de seguidores”, lembra Priscila. “Hoje, o valor está justamente nos micro e nano influenciadores, que falam diretamente com nichos segmentados e comunidades reais.”
Base de 100 mil criadores
O ecossistema da Jaffé Agência já mapeou mais de 100 mil influenciadores. “A ideia é convidar toda essa comunidade para integrar a ORBBY. Se conseguirmos uma taxa de adesão de 30% no primeiro ano, teremos cerca de 30 mil criadores ativos dentro da plataforma”, explica.
Do lado das empresas, o plano é iniciar com 20 anunciantes ativos, consolidando uma base capaz de escalar rapidamente. “Nosso diferencial é que a plataforma foi desenhada junto com quem vive esse mercado. Ela nasce para resolver gargalos reais, como o fluxo de caixa e a falta de previsibilidade.”
Investimento internacional à vista
A empresária também revelou que a startup foi selecionada para a residência da Antler, uma das principais venture builders do mundo. “Até agora desenvolvemos tudo com capital próprio e parcerias estratégicas, sem investimento externo. Agora buscamos parceiros que somem visão, inteligência e conexões estratégicas para escalar o negócio”, afirma.
Para ela, o futuro da influência passa pela integração. “Grandes nomes, criadores menores e marcas fazem parte do mesmo ecossistema. A ORBBY foi criada para todos, porque todo mundo tem algo a compartilhar.”
