Empresário é condenado a 56 anos de prisão por esfaquear e matar os pais em Sales Oliveira
Por G1.com/Ribeirão
O empresário Gustavo Luis Ferracine foi condenado a 56 anos de prisão pela morte dos pais em Sales Oliveira (SP) em outubro de 2015. O casal foi achado esfaqueado e morto dentro do quarto, dois dias após o crime, após vizinhos sentiram um forte cheiro na casa da família.
Ferracine foi preso em um motel em Ribeirão Preto (SP) e alegou que estava sob o efeito de crack no momento do crime. Em depoimento, o empresário também disse que matou os pais porque eles ameaçaram interná-lo em uma clínica de recuperação de dependentes químicos.
O Tribunal do Júri realizado nesta quinta-feira (6) em Nuporanga (SP) condenou Ferracine por homicídio qualificado. Ele estava preso desde a data do crime e continuará preso durante a fase de recurso, segundo afirmou a advogada de defesa Zaine Salomão Pereira Passos.
Zaine pediu a anulação do júri, considerando que houve divergência em uma das provas: o exame de sanidade mental e dependência toxicológica realizado no empresário. Ela recorreu da sentença na Justiça de Nuporanga.
A advogada defende que Ferracine não tinha condições de entender o caráter ilícito do ato que cometeu porque estava sob o efeito de drogas e sofre de transtorno psicótico, como apontou laudo pericial anexado ao processo.
O crime
A investigação da Polícia Civil concluiu que o empresário fugiu da casa, logo após o assassinato, e abandonou os corpos no local. Ele foi encontrado em um motel com outras três pessoas – que não têm relação com o crime – consumindo drogas.
Ferracine disse em depoimento que não queria ser levado para a reabilitação: um dia depois de ele deixar a clínica, os pais ameaçaram interná-lo novamente, porque ele havia voltado a usar drogas, principalmente crack e cocaína.
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Em determinado momento da discussão, o empresário pegou uma faca e um martelo, que foram usados no homicídio. Ferracine disse à polícia que o pai tentou se defender e a mãe também interviu. Ambos foram esfaqueados no peito e nas costas.
Ainda em depoimento, o empresário afirmou que os pais pediram para não morrer. Os corpos de Sônia Roseli Corbacho Ferracine, de 49 anos, e Álvaro Ferracine Filho, de 58, foram encontrados na manhã de 13 de outubro de 2015, dois dias após o crime.