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Comerciante morre baleado durante abordagem policial em Orlândia; PM foi preso

Na madrugada desta quarta-feira (02/10), o jovem João Vitor Moura Rangon de 28 anos, foi morto em uma ocorrência na esquina da Rua 14 com a Avenida 4, em Orlândia (SP). João era proprietário da distribuidora de bebidas “Da Chit’s” e muito querido pelos amigos.

O CORPO ESTÁ SENDO VELADO NO VELÓRIO PARAÍSO. SEPULTAMENTO ÀS 11H NO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE ORLÂNDIA

Segundo boletim de ocorrência, João Victor Moura Rangon conduzia um carro modelo Ford Focus e desrespeitou ordem de parada, o que deu início a uma perseguição. O registro diz que, durante a fuga, João Victor e o irmão, Gabriel Henrique de Moura Rangon, de 24 anos, que estava como passageiro, passaram por Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP), antes de retornarem para Orlândia.

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A mãe da vítima foi informada da perseguição e chegou a ir até a delegacia para tentar entender o que estava acontecendo. Infelizmente, pouco depois, ao chegar no local, seu filho já estava sem vida. Disparo ocorreu após irmãos desrespeitarem ordem de parada e iniciarem fuga, diz boletim de ocorrência. Nada de ilícito foi encontrado com eles e nem no carro onde estavam.

A perícia esteve no local para apurar os fatos. Imagem enviada no grupo Novacidade no Whatsapp.


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De acordo com o boletim de ocorrência, “por motivos a serem esclarecidos”, a arma de um dos policiais disparou e atingiu a cabeça de João Victor. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. Já o irmão sofreu escoriações no braço e no punho. O cabo da Polícia Militar Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, foi preso e teve a arma apreendida. Ele deve passar por audiência de custódia.

O Jornal Novacidade conversou com familiares de João Vitor, que o descreveram como um jovem trabalhador, dedicado à sua família e ao seu negócio. Recentemente, ele havia ganhado um prêmio no Hiper Saúde, o que possibilitou a abertura de sua conveniência na Rua 18, próximo ao Centro de Lazer Edgar Benini.

O caso foi registrado e será investigado como resistência e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial. O corpo está sendo levado para autopsia em Franca (SP). A homenagem de despedida será amanhã, quinta-feira (03) no velório Paraíso. Horário a definir.

João Victor era morador da avenida 04, no centro, trabalhou como entregador do Paraná Lanches e atualmente era proprietário da Distribuidora DACHITS. Solteiro, deixa os pais : Júlio César e Lucilene e o irmão Gabriel.

O que diz a Polícia Militar?
À EPTV, afiliada da TV Globo, o major da Polícia Militar Helder Antonio de Paula afirmou que a perseguição ao veículo durou cerca de 45 minutos, antes de os jovens serem cercados, e ressaltou que as atitudes dos agentes são baseadas em protocolos.

“Todos os protocolos nossos de atendimento são definidos. Não há ação da Polícia Militar que não seja definida em protocolos. A ocorrência se dá dentro de protocolos, por isso que ficou-se 45 minutos tentando imobilizar esse veículo, sem termos qualquer notícia de disparo de arma de fogo contra as pessoas que ali estavam.”

O major afirma, ainda, que não é possível dizer se o disparo efetuado pelo PM foi uma atitude correta ou não e que a atitude será investigada.

“No momento da abordagem do veículo, foi um sucesso, o veículo foi imobilizado na via, e então haveria a abordagem e vistoria daqueles ocupantes, se verificaria o motivo que determinou a não parada deles no momento que o policial determinou. […] Ainda está obscuro a razão desse disparo e seria precoce afirmar uma conduta ou outra como correta ou não”, diz.

JUSTIÇA MILITAR CONFIRMA A SOLTURA DO POLICIAL

A Justiça Militar confirmou nesta quinta-feira (3) a soltura do policial militar Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, suspeito de matar, com um tiro na cabeça, o comerciante João Victor Rangon, de 27 anos, durante uma abordagem após uma perseguição de carro em Orlândia (SP).

Cintra chegou a ter a prisão preventiva determinada pelo tribunal, para ser cumprida no Presídio Romão Gomes, em São Paulo, mas obteve a liberação das autoridades ao passar por audiência de custódia com o juiz de garantias da 5ª Auditoria Militar Estadual (AME).

O magistrado responsável encaminhou os autos para a Justiça Comum, onde, anteriormente, o policial já havia obtido o mesmo benefício provisoriamente em outra audiência de custódia, mediante o cumprimento de medidas cautelares, depois da prisão em flagrante.

“Houve o relaxamento do flagrante e determinada a remessa dos autos à Justiça Comum com base no artigo 82 do Código de Processo Penal Militar (nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum)”, confirmou o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, em nota.

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