Coautores de Orlândia apaixonados por pesquisa publicam estudo inovador sobre cana-de-açúcar em revista alemã

Rosilaine Araldi de Castro, Sérgio Gustavo Quassi de Castro e Saulo Augusto Quassi de Castro, orlandinos, são coautores de um importante estudo no setor sucroenergético sobre a segurança da cana-de-açúcar (cana crua) com a aplicação de herbicidas. A seletividade “segurança” da cultura é analisada em um cenário de controle químico de plantas daninhas na presença de palhada deixada no campo após a colheita da cana-de-açúcar (aproximadamente 20 Mg ha–1 de palha), sistema produtivo conhecido como cana crua, ou seja, cana colhida sem fogo. Essa palha passa a ter interesse também para a indústria, visando à cogeração de energia. Assim, essa pesquisa veio no sentido de elucidar quanto da palha pode ser recolhida do campo para uso industrial sem prejudicar o controle de plantas daninhas e garantir a segurança da cana nesse sistema mais conservacionista de produção de cana-de-açúcar. O artigo, intitulado “Estudo da seletividade da cana-de-açúcar – cana crua – realizado em diferentes regiões do Brasil,” foi publicado na revista alemã da Springer “Journal of Crop Health” (https://doi.org/10.1007/s10343-024-01030-7).

O presente estudo integrou o projeto internacional Sucre/PNUD – Sugarcane Renewable Electricity com o GEF (Global Environmental Facility), que aborda como diversos fatores influenciam a seletividade da cana crua em relação ao uso de herbicidas aplicados no campo. Fatores como a época da colheita, a textura do solo, a quantidade de palha sobre a superfície do solo e a escolha correta das moléculas herbicidas foram analisados.

Os resultados mostraram que, na maior quantidade de palha no solo, especialmente em solos arenosos e áreas colhidas no início da safra, houve uma leve incidência de fitointoxicação aos herbicidas aplicados. No entanto, essa lesão não reduziu a produtividade da cana, demonstrando que, nas condições avaliadas, a cana crua se mostrou saudável, segura e seletiva. O presente artigo, no cenário atual da canavicultura, permite ao produtor olhar para a escolha dos herbicidas a serem aplicados agora nesse período de retorno das chuvas, em função da situação de palha existente na lavoura.

Canaviais colhidos mais precocemente necessitam de uma nova aplicação de herbicida, e esses exigem a escolha de moléculas para reduzir a fitointoxicação. Assim como os canaviais recentemente colhidos (no final da safra) ou com a presença do fogo, esses demandam um espectro de moléculas com maior efeito residual e mais tolerantes à fitointoxicação, a qual pode ser evitada com a escolha correta da molécula, de forma que o herbicida proteja o arranque inicial desse canavial com o retorno das chuvas.

Fonte: Jornal Novacidade