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Os postes e as árvores: a ironia

Na cidade de São Paulo tem mais postes do que árvores, excetuando parques e áreas de preservação. Quantos postes e quantas árvores tem a cidade de Ribeirão Preto ou qualquer outra cidade da região metropolitana? Seria didático que cada uma esclarecesse cada quantidade para que se tenha o conhecimento do cuidado com o meio ambiente, com o verde, para se saber o grau de preocupação com a saúde pública que anima a política da cidade.

Na cidade de São Paulo existem 750 mil postes e 652 mil árvores espalhadas pela cidade.

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Essa questão emergiu com as alterações climáticas, que causaram, na capital paulista, tantos ventos fortes, tanta água de chuva, tanta inundação, prolongada falta de energia elétrica, e até morte de pessoa por eletrocussão e por um fio desencapado e energizado, e ainda a derrubada de duzentas (200) árvores.

A queda das árvores, muitas gigantes que interromperam o trânsito e o deslocamento das pessoas, provocou o alerta da imprensa, que levou o jornal VALOR do dia 10 de janeiro último ao professor Giuliano Locosselli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo, que além das pedagógicas lições, destacou a importância de se proceder ao manejo e à manutenção das árvores, pois, essa prática é que previne quedas e garante vida longa a elas. Segundo ele, “… a queda das árvores em ruas e avenidas com edificação acima de cinco ou mais andares é o dobro da média registrada na cidade”.


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No entanto, a cidade de São Paulo apresenta uma forte ironia, pois, desde 2005, já tinha como referência de política pública o Manual Técnico de Arborização Urbana, revisto em 2023, editado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de São Paulo.

E um volume originariamente de mais de 100 páginas, veiculado pelo Google, cuidadosa e cientificamente preparado, com gráficos, números e textos, que ensina não só a técnica de como plantar, mas qual árvore plantar, se na calçada, se em área pública ou privada. E registra a importância do planejamento para execução de uma política de manejo adequado e próprio, para manter, preservar ou trocar, quando necessário.

Esse exemplar ainda registra os benefícios múltiplos pela existência das árvores às pessoas, não só porque captura gás carbono, umedece o solo, refresca o meio ambiente.

Esse instrumento de política pública é de tal importância e de tal valor, que vale a transcrição de seu sumário, para se concluir que se a Prefeitura da Capital tivesse seguido o seu Manual, provavelmente muito prejuízo seria prevenido, assim:

Introdução

Apresentação

Por que arborizar?

Planejamento da Arborização Urbana

Plantio de Árvores

Técnicas para o Manejo

Legislação

Glossário

Anexos:

I. Lista de Árvores – Espécies Indicadas para Arborização de Calçada

II. Lista de Árvores – Espécies Indicadas para a Arborização de Área Interna

III. Lista de Árvores – Espécies Inadequadas na Arborização Urbana

Ribeirão Preto tem uma Lei de Arborização Urbana, regulamentada pelo Decreto nº 409/1996, cabe saber se ela está sendo cumprida, se existe algum levantamento entre postes e árvores, como se processam os cortes das árvores para que os fios de energia elétrica fiquem “livres” do estorvo das árvores, se a manutenção é feita regularmente, se há orientação técnica e pública para indicar qual árvore é adequada para a calçada ou outro espaço, qual planejamento existe.

Afinal, o clima de Ribeirão e da região é quente, tem variado muito para ficar mais quente, e o plantio das árvores é que pode atenuar o que não se sabe o que acontecerá daqui para a frente, pois a natureza está cobrando seus créditos à alienação e à irresponsabilidade.

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