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O Naufrágio das Civilizações

Sérgio Roxo da Fonseca
Advogado, Procurador de Justiça e professor universitário (aposentado)

Tais Costa Roxo da Fonseca

O jornalista e historiador Amin Maalouf, nascido e criado no Oriente Próximo, adulto deslocou-se para a Europa, nacionalizando-se na França, onde se tornou membro da histórica Academia Francesa de Letras em 2011, ocupando a cadeira que pertenceu a Claude Lévy-Strauss. Foi vencedor do Prêmio Goncourt  (1993).

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O jornalista e historiador Leandro Karnal, publicou no jornal “O Estado de S. Paulo”, no dia 23.6.2024, pg. CE, um texto sob o título “Livros para o frio”, no qual faz várias indicações de obras que, segundo ele, possam aquecer o leitor durante o tímido “inverno” brasileiro. Um desses livros é o “Labirinto dos Desgarrados – o Ocidente e seus Adversários” – obra do já mencionado Amin Maalouf. Publicado pela editora Vestígio.

Pedimos licença para anotar que um dos mais perfeitos livros, que estampa a história contemporânea, foi escrito por Amin Maalouf, sob o título de “O Naufrágio das Civilizações” também editado pela editora Vestígio. Trata-se da obra mais perfeita que retrata historicamente os tempos em que vivemos. Já lemos a obra prima mais de uma vez.


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Em sua capa, a editora destaca que a obra contém um “olhar profundo sobre o nosso tempo para entender três feridas do mundo moderno: os conflitos idenditários, o islamismo radical e o ultraliberalismo”.

A obra foi inaugurada com a narrativa dos conflitos ocorridos entre as nações do oriente próximo com os países vizinhos e com os europeus, destacando a autuação de Nasser que, entre outros fatos, nacionalizou o Canal de Suez, tendo que enfrentar a invasão imediatamente lançada contra o Egito pela Inglaterra, França e Israel (1956).

O conflito teve pouca duração com a intervenção contrária da ONU, dos Estados Unidos e da Rússia comunista que reconheceram o direito do Egito administrar soberanamente o famoso canal que liga as águas afro-europeias com as águas asiáticas, o ocidente com o oriente, sem navegar pelo sul da África, como fez Cristovam Colombo em nome de Portugal. 

Finda s Segunda Grande Guerra o autor registra o surgimento da Guerra Fria, colocando em campos opostos a Rússia Comunista com os Estados Unidos acompanhado pelo mundo ocidental

(Vale a pena registrar a existência do filme inglês “Terceiro Homem”, obra clássica do cinema, retratando o final da Segunda Grande Guerra e a política de ocupação política das tropas vencedoras. Exatamente com o aparecimento da penicilina).

O comunismo russo desmoronou desocupando as nações até então ocupadas pelas suas tropas. A Rússia, segunda nação atômica, soberana de um dos mais amplos territórios, transformou-se em um modesto país. Assim é que convive sob um cerco armado de todo seu limite ocidental por países liderados pelos Estados Unidos, sob a bandeira da NATO, também conhecida como OTAN.

Para o autor Maalouf, os Estados Unidos venceram a Guerra Fria mas não conseguiram liderar uma conjugação de todas as nações em busca da paz. O livro registrou a influência americana na implantação das ditaduras sul-americanas que bem demonstraram a dificuldade ou a impossibilidade de uma pacífica convivência internacional.

O livro refere-se ainda à invasão desastrada norte-americana ao Viet-Kong que se transformou numa derrota bélica documentada.

Após a publicação do extraordinário livro, a história da humanidade passou a testemunhar o espantoso conflito bélico desencadeado entre Israel e os árabes na Península de Gaza.

O francês Amin Maalouf, para melhor compreender o cataclisma cita a expressão deixada por Ana Akhmátova  (1889-1966) em “Poema sem Herói”:

“Assim como o futuro amadurece no passado,

O passado apodrece no futuro –

Um lúgubre festival de folhas mortas”.

O extraordinário “Naufrágio das Civilizaaaaçõe, escrito pelo francês Amin Maalouf, merece ser lido e relido.

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