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Município Verde

Se a tragédia fosse, por si mesma, um fator de consciência assumida para fazer preventivamente o que for necessário para preveni-la ou evitá-la, não teríamos mais guerras, o fenômeno mais expressivo da estupidez humano, depois da continuada desigualdade social, que arrasta o sofrimento de milhões de famintos no mundo, diariamente.]

Mas, precisamos sempre retirar dela, tragédia, ao menos, as melhores lições, como da desgraça atual que arrasa o estado do Rio Grande do Sul, que antes fora atacado por seca arrasadora, agora por um aguaceiro, que definitivamente coloca o Brasil no mapa dos ciclones e furações.

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Lá, a água que antes subia dois centímetros, nas ruas centrais das cidades, chegou a quatro metros, mesmo no centro delas. Seguramente, é a revolta da natureza desgastada pela atuação generalizada do ser humano, que não escolhe espaço para alimentar sua ambição predatória.  E essa revolta exibe as mudanças climáticas.

É a água, é o vento, é a terra, é o mar. Tudo com a intoxicação do agir da humana, para poluir a água, que contamina o vento, que envenena a terra e o mar. Não só pelo consumo crescente, como pelo cultivo cultivado com agrotóxicos, liberados a granel, como o vento que sabe lá quantos vírus traz dos desmatamentos das florestas, ou quando aquela grande floresta foi simplesmente encoberta pelas águas da Usina construída.


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Essa onda de desgraça que deve abalar cada um de nós, até pela força da solidariedade, que nem sempre é forte para superas os interesses econômicos e políticos de potenciais guerreiras, e, por isso, nesse caso, conduz um alento de esperança. Tanto que nos faz sugerir para o nosso pequeno espaço municipal alguma política pública motivada por tais mudanças climáticas, que nos atingem indistintamente, onde quer que estejamos.

Seguramente, nossos políticos e nossas autoridades locais já pensaram em converter o nosso espaço territorial, urbano e o que resta do rural, em Munícipio Verde, para copiar o que o município de Paragominas, no Pará, um dia, por volta de 2007, adotou, em diálogo com a sociedade civil, acabar com o desmatamento desenfreado da floresta amazônica, convertendo-o em prática de sustentabilidade, que se foi importante como foi, não o foi bastante para ser generalizada e absoluta, permanentemente.

Mas. O nosso Município Verde, que no caso seria de Ribeirão Preto, e no caso pode ser da Região Metropolitana, tem chão para todo tipo de inteligência criadora dominada por vontade política férrea.

A água, por exemplo, entregue, naturalmente, ao benefício de tê-la como lençol freático o Aquífero Guarani, que atravessa o país até outros países, merece não só do Poder Público a determinação de protegê-la, como a conscientização da sociedade sobre o porquê de sua importância, que desperta tanta ambição imperialista desejosa de ter sua titularidade mandona, já que a água já está sendo disputada como butim de guerras, que promete mais desavenças no futuro. Por que aproveitar as águas do rio Pardo, o que causara de efeito perverso, se tanto, aos municípios a jusante? qual efeito terá, se terá, no regime dos peixes?

E as arvores, quantas e quais precisariam para recobrir o espaço da cidade. Só no centro da cidade, há anos, seriam necessárias oitocentas arvores, disseram-me.

O Horto Florestal de Ribeirão Preto, há vinte anos, era registrado na reportagem de Júlio Chiavenato como fornecedor diário de dez mil (10.000) mudas. Hoje, não se sabe quantas são produzidas, e ele foi transferido de lugar, sem a devida divulgação, já que a população tem direito de sabe-lo.

Mas, não percamos a esperança, porque a realidade está cada vez mais gravosa, e talvez tenhamos um dia, a Câmara de Vereadores discutindo profundamente cada aspecto de nosso meio ambiente, vivenciando os poderes que a investidura do cargo lhe dá, sem parecer que para problema sério o melhor é servir de estafeta do Ministério Público.

E para a mobilização permanente da sociedade civil, especialmente através das Associações de Classe, poder-se-á ter campanha eleitoral com os candidatos a prefeito e vereadores como agentes da realidade ambiental, a matéria do dia e da noite de todos os cidadãos. Município Verde é a proposta para um governo. É uma proposta para uma campanha eleitoral, que se avizinha. Mas, não se precisa aguarda tal ato-fato.

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