Unimed Orlândia projeta expansão e melhoria no atendimento ao usuário
Planos incluem criação de um Centro de Quimioterapia em Orlândia
A Unimed não para de buscar a satisfação de seus clientes. Após comprar o antigo escritório da Comercial Construtora, ao lado de sua sede, vai transformá-lo no Núcleo de Assistência à Saúde.
Trata-se de uma iniciativa para dar ao paciente atendimento integral, juntando num só espaço medicina preventiva, atendimento domiciliar e Centro de Referência.
Apesar das obras que não param, plano de saúde vem se ajustando aos novos tempos. A perda do contato com a LDC BioSev levou à perda de mais de 7 mil pessoas atendidas, o que causou perda de faturamento e demissão de funcionários.
Nesta entrevista exclusiva, enviada por Cláudio Oliveira, ficamos sabendo mais sobre essa questão e outras envolvendo a Unimed, uma das maiores empregadoras de Orlândia. Por exemplo, o projeto de criar uma Central de Quimioterapia na cidade, que melhoraria a qualidade de vida de todos os pacientes que passam por este tratamento, bem como de suas famílias.
O presidente da Unimed Orlândia, enviada pela Duo.com Comunicação & Marketing, Dr. Marcelo Tukiyama, acredita que a cidade precisa firmar um pacto social para lutar pelo pelo desenvolvimento da saúde. “É aqui que criamos nossos filhos, que somos atendidos quando temos um problema de saúde”, lembra. Além do Dr. Marcelo, também participaram da entrevista o vice-presidente Dr. Sérgio Augusto Bordin, o superintendente Dr. José Antônio Massaro e o coordenador do núcleo de desenvolvimento humano, Dr. Marcelo Junqueira Leite.
Obras em andamento, projetos de expansão e ações sociais marcam a atuação da Unimed Alta Mogiana. Agora a crise econômica e a perda de um contrato importante. Este ano tem sido bem agitado… Como a Unimed tem enfrentado esses períodos tão desafiadores?
Dr. Marcelo Tukiyama – Realmente, desde que a nossa Diretoria assumiu três anos atrás, tem sido um desafio constante. Ainda mais esse ano que, como todos sabem, o país está mergulhado numa crise econômica-financeira sem prescindentes, além de uma crise política. O que acontece no mercado de planos de saúde é que, quando uma pessoa perde o seu emprego ou enfrenta restrição no orçamento familiar, uma das primeiras coisas que acabam sendo cortadas é o plano de saúde.
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Mas, mesmo assim, tem sido uma diretriz muito forte da Diretoria um projeto de crescimento e expansão da nossa Unimed. Aprovamos no final do ano passado, em uma Assembleia Geral Extraordinária, a compra do prédio da antiga construtora Comercial, então propriedade do Dr. Marcelo Costa.
Realmente, e infelizmente, o sistema Unimed acabou perdendo um contrato muito importante da LDC Biosev, que só na área de atuação da nossa Unimed compreendia 7.700 vidas, o que nos obrigou a passar por uma reestruturação administrativa.
Podem falar um pouco mais sobre a perda desse contrato? O que isso impactou na Unimed?
Dr. José Antonio Massaro – Esse contrato era da Federação Nordeste Paulista e acabou indo para a concorrência em virtude de uma proposta comercial muito arriscada, por um valor muito baixo e pelo qual, sinceramente, não acreditamos ser possível prestar uma assistência em saúde com um mínimo de qualidade. Acho que todos aqueles funcionários e suas famílias já têm sentido na pele a queda na qualidade, inclusive muitas vezes preferindo procurar o SUS do que utilizar o seu plano de saúde atual. E, para nós, foi uma infelicidade muito grande, por que isso significou um enxugamento administrativo que nos obrigou a fazer uma série de dispensas. Somos conscientes de que são familias das nossas cidades que ficam prejudicadas e, por consequência, toda a economia local também, gerando uma perda social muito triste para toda nossa microrregião.
O que significa essa perda social?
Dr. Sergio Bordin – Bom, nesse ponto é importante lembrar que somos um plano de saúde sediado em Orlândia, com atuação nas cidades de Nuporanga, Sales Oliveira, São Joaquim da Barra, Morro Agudo e Ipuã. Toda nossa administração funciona aqui, como jurídico, TI, contabilidade etc. Isso sem falar em todos os médicos cooperados, médicos e profissionais credenciados (psicólogos, nutricionistas, fisioteraopeutas) e os serviços credenciados (clínicas, laboratórios, hospitais). Então, cada vez que um contrato sai da cidade e é assinado com um plano de saúde de fora é claro que todos perdem. Isso fica claro com a perda desse contrato da LDC – ou seja, é todo um faturamento que sai da cidade, obriga-nos a dispensar funcionários e causa um prejuízo social muito grande. Fica até um alerta: ao longo do tempo, esses recursos que saem da cidade podem levar ao sucateamento da saúde na cidade, por que manter um hospital bem equipado, um corpo clínico qualificado, com intensivistas, neurologistas, pediatras competentes, uma equipe de enfermagem qualificada, tudo isso depende dos recursos financeiros disponiveis na cidade. Temos de lutar com todas as nossas forças e evitar que aconteça esse sucateamento da saúde.
Vocês comentaram sobre sucateamento da Saúde, o que seria isso em termos práticos?
Dr. Sergio Bordin – Isso se refere a estrutura de saúde em que são atendidas nossas famílias na cidade, que atende, por exemplo, casos de infarto, derrame, um acidente grave, um trabalho de parto prematuro, um descolamento de placenta. Isso é muito sério! São situações em que não há tempo hábil para se chegar até Ribeirão Preto, e que o atendimento inicial, muitas vezes, vai definir o futuro do caso. Para manter um hospital forte, moderno, muito bem equipado, com bons médicos, enfermeiros treinados, são necessários recursos financeiros. Se esse dinheiro não fica na cidade, a estrutura, ao longo do tempo, vai se perdendo.
Apesar dessa situação, ao que podemos perceber, a Unimed não para. As obras continuam a todo vapor?
Dr. José Antonio Massaro – Sim! Além de fazer parte de um grande projeto de expansão das nossas unidades, essa primeira fase, que compreende a reforma do prédio que adquirimos, é uma grande satisfação pra toda nossa cooperativa. Essa primeira fase se chama Núcleo de Assistência à Saúde (NAS) e vai compreender o nosso Viver Bem (centralizando Medicina Preventiva, Atendimento Domiciliar e inaugurando uma grande novidade, que é a Atenção Integral à Saúde, com um atendimento global ao paciente, no centro da atenção de toda uma equipe multiprofissional). Também funcionará no NAS o nosso moderno Centro de Referência, e ainda estruturas administrativas modernas visando ao conforto e ao bem-estar dos nossos usuários.
Que tipo de atendimento o usuário da Unimed vai receber nessa nova unidade?
Dr. Sergio Bordin – Acho que somente um plano de saúde sediado na nossa cidade teria esse tipo de preocupação pois, mesmo num momento de crise tão grande, investimos numa estrutura dessa. E, mais que isso, que outro plano de saúde teria a preocupação de trazer pra atendar na nossa cidade especialidades como neurocirurgia, endocrinologia, cirurgia de coluna, nefrologia, Clínica da Dor? Não tem! O que vemos por ai é montar uma unidade muito básica, às vezes apenas como clínico, pediatra e ambulância na porta para levar tudo para fora. Além dessas especialidades, no nosso NAS o paciente será o centro da atenção de uma verdadeira equipe multiprofissional, sempre tendo no centro da coordenação um médico. Uma equipe com nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e até educador físico – tudo pensando no bem-estar e na saúde do usuário da Unimed. Estamos muito animados e muito ansiosos para poder entregar tudo isso pra nossa população, pra nossa cidade, pra nossa região.
O que mais tem acontecido na cidade envolvendo a Unimed?
Dr. Marcelo Junqueira Leite – Outro grande diferencial da Unimed, que temos muito orgulho de lembrar, são todas as ações sociais que desenvolvemos. Temos campanha de prevenção de dengue, campanha de vacinação de gripe, Programa Félix, junto a Oficina de Arte Cristã, que promove a inclusão digital de jovens carentes e de pessoas da terceira idade, Papa-pilhas, Eu Ajudo na Lata (uma bonita iniciativa da Unimed do Brasil, pela qual recolhemos lacres de latinhas de refrigerantes e a renda é revertida pra compra de cadeiras de rodas posteriomente doadas a instituições). Há também inicitativas culturais, como o Cinema na Praça. Um dos nossos principais eventos é a Corrida da Unimed, já tradicional na cidade, promovendo a prática de esportes e a qualidade de vida. Esse ano fizemos uma Oficina Esportiva, em que trouxemos a ex-ginasta olímpica Laís Souza e o atleta orlandino Thiago Paulino pra abrilhantar ainda mais o evento. No mês que vem teremos o Outubro Rosa, com campanha para realização de exames de prevenção ao câncer de mama.
E que outras novidades podemos esperar da Unimed para o futuro?
Dr. José Antonio Massaro – Além do prédio da Comercial, também adquirimos o terreno entre esse prédio e a nossa farmácia. A idéia é expandir ainda mais nossa estrutura, viabilizando um sonho antigo, que é uma Central de Quimioterapia. Pensando no bem-estar dos nossos pacientes e seus familiares, que poderão enfrentar esse momento tão difícil perto de casa, com o apoio da sua família e de seus amigos. Agora, vamos ser sinceros, que outra operadora sequer pensaria a possibilidade de trazer uma Central de Quimioterapia para Orlândia? Mas uma iniciativa dessa só será viável através de uma parceria muito forte entre todos – Unimed, Hospital Beneficente Santo Antônio, Prefeitura, empresas e toda a sociedade. E isso é só um exemplo dentro de nosso ousado projeto de crescimento e expansão.
Algumas palavras pra finalizar.
Dr. Marcelo Tukiyama – Gostaria, inicialmente, de agradecer o espaço e a iniciativa. Em um momento importante como este, é muito salutar termos um espaço para expor nossas ideias e posicionar toda nossa sociedade sobre a situação e os rumos da nossa Unimed. Agradecemos também a todos os nossos prestadores, em especial ao Hospital Beneficente Santo Antônio, nosso maior e de longa data parceiro, que sempre preservamos e que sempre defenderemos, nossos médicos cooperados, toda nossa equipe e a todos os credenciados da Unimed Alta Mogiana pela união e pelo trabalho incansável que têm-nos ajudado a superar grandes desafios. E aproveito a oportunidade para chamar toda a comunidade (população, empresas, Prefeitura, Hospital etc.) para um pacto social, uma verdadeira união de todos. Vamos lutar pelo desenvolvimento da saúde de Orlândia, porque é aqui que criamos nossos filhos, que somos atendidos quando temos um problema de saúde, quando sofremos um acidente. Não é o que ninguém quer, lógico, mas todos sabemos que essas coisas acontecem e, no momento em que elas acontecerem, é importantíssimo pra toda cidade que tenhamos a melhor saúde possível, a melhor estrutura, os melhores equipamentos e os melhores profissionais para que a saúde da nossa família, um bem tão precioso, sempre esteja garantida!