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O grande ausente das eleições

Parafraseando um artigo de Mirian Leitão para o Jornal Estadão logo após o primeiro turno das eleições. Neste artigo, a jornalista lembra que nenhum candidato a prefeito nem a vereador nas últimas eleições municipais propôs em seus programas de governo políticas públicas efetivas para mitigar os graves problemas das mudanças climáticas, que a cada dia são mais comuns no mundo e também no Brasil. As mudanças climáticas ocorrem nos municípios onde nós, cidadãos e eleitores, vivemos. Diz ela que é como se tais mudanças de clima não acontecessem nas cidades a serem governadas pelos prefeitos eleitos por nós os eleitores.

Eu gostaria de acrescentar que, aqui em Orlândia, onde trabalho há anos com arborização urbana, pensando sempre na melhoria das condições de saúde, educação e lazer (entre outros benefícios que as árvores trazem para os moradores da cidade), não sensibilizam os prefeitos, os vereadores, as igrejas, as escolas, muitos empresários, clubes de serviços e outras organizações da sociedade civil.

Quase ninguém se dá conta de que cada vez mais teremos situações de extrema mudança no clima afetando muito negativamente nossas vidas nas cidades. Já tentei estimular a participação dos meus colaboradores na minha própria empresa, inclusive dando prêmios para aqueles que se dedicassem pelo menos um pouco de seu tempo ao trabalho voluntário para o meio ambiente, mas nada consegui.

Na Escolinha do Faz de Conta, onde em 2024 trabalhamos intensamente com as crianças e professores sobre educação ambiental, todos os alunos pediram a seus pais para plantar árvores na calçada de suas casas, mas nenhum pai atendeu ao clamor de seus próprios filhos.

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Tentamos, eu e o Osmar, meu amigo e colaborador, sensibilizar a igreja católica para deixar a gente plantar no quarteirão da Praça S. José, mas não somos ouvidos. E todo este trabalho é feito sem nenhum custo para o munícipe ou para a instituição.

Os comerciantes e profissionais, até de áreas ligadas à arborização (arquitetos, bares com mesas na calçada etc.), são reticentes ao plantio das árvores. Estamos cansados de ouvir as falácias contra as árvores: folha é sujeira, ladrão vai usar a árvore para pular o muro da minha casa, brigas de vizinhos por conta da sombra, a árvore vai tampar o nome e a fachada da minha empresa. E assim ouvimos barbaridades para não plantar árvores.

Em todas as cidades modernas do Brasil e do mundo, as cidades estão plantando árvores para mitigar os graves problemas de extremos climáticos como calor excessivo, enchentes, secas, ar poluído, baixa umidade do ar, falta de água nos lençóis freáticos. Tudo isso pode ser melhorado e minimizado com o plantio de árvores.


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Vamos tentar imitar cidades como Goiânia, Campinas, Maringá, Curitiba, João Pessoa, Madrid, Vancouver, Copenhague, Estocolmo, Berlim, Cali, Paris, Barcelona e outras inúmeras cidades que estão plantando árvores e sentindo o benefício na qualidade de vida de seus cidadãos. Ou vamos ficar inertes aos 187 dias sem chuva do ano passado, falta d’água (60% da água de Orlândia vem dos lençóis freáticos, que são muito alimentados de água através das árvores), podas drásticas das árvores que existem e supressão de outras autorizadas pela secretaria do meio ambiente da gestão passada (que deveria cuidar da conservação das árvores e multar os infratores) e outros crimes ambientais.

Precisamos valorizar cada vez mais as mini florestas urbanas como a Praça Mário Furtado, a Morlan nova e antiga, o Brejeiro, o Centro Hípico Agromen, o Clube Agromen na antiga Carol, a A Alves, a Agrofoods e a Tangará Aeroagrícola, que nos ajudam todos os dias aguando e cuidando do Parque Unimed e algumas escolas como a Escolinha do Faz de Conta e o Colégio Logos. Através do plantio de árvores do nosso bioma, pretendemos fazer corredores verdes que vão levar mais qualidade de vida para nossas casas. Tudo isso é barato, portanto é factível, é possível.

Por Sr. Américo Paulo Alves Silveira, formado em Administração de Empresas pela EASP da FGV, Diretor da A Alves S.A., com 20 anos de trabalho voluntário para o meio ambiente na área rural e, nos últimos tempos, na área urbana. É revitalizador da Praça Mário Furtado e realiza um trabalho de cuidado com o patrimônio que é a Igreja Santa Genoveva.

 

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